Bob Wolfenson celebra sua carreira com palestra na FAAP 

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Bob Wolfenson na FAAP | Foto: Rafayane Carvalho/FAAP


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Nesta segunda-feira, 25, em uma conversa mediada pelo Prof. Rubens Fernandes Jr, tivemos a presença do renomado fotógrafo brasileiro que, há 20 anos, desafiou as convenções estabelecidas ao trazer uma nova perspectiva para o mundo da imagem. A exposição “Antifachada – Encadernação Dourada” realizada no MAB FAAP em 2004, foi marco na carreira de Bob Wolfenson e revela não apenas sua maestria técnica, mas também sua visão pioneira e inovadora. 

A comemoração dos 20 anos da exposição de Bob Wolfenson no MAB FAAP não é apenas uma celebração do passado, mas também uma inspiração para o futuro da fotografia. Sua coragem em desafiar as normas estabelecidas e sua busca incessante pela excelência artística continuam a nos inspirar, redefinindo constantemente os limites do que é possível na fotografia contemporânea. 

Bob Wolfenson, conhecido por seu trabalho como fotógrafo de moda e retratista, surpreendeu o mundo da arte ao explorar territórios até então desconhecidos para ele. Em uma jornada pelo centro da cidade de São Paulo, Wolfenson capturou imagens que transcendem o público e o privado, elevando o cotidiano à categoria de monumentalidade. O uso de uma câmera de alta definição tornou possível essa metamorfose visual, marcando um ponto de virada em sua carreira e introduzindo-o a um mundo híbrido de possibilidades fotográficas. 

Em suas próprias palavras, Wolfenson compartilha sua filosofia de trabalho, descrevendo-o como uma dinâmica de pedidos e vontades. Sua constante busca pela ação o impulsiona a explorar novos territórios visuais, desafiando as fronteiras preestabelecidas da fotografia. A transição de simples fotógrafo a um verdadeiro artista da imagem reflete não apenas uma jornada profissional, mas também uma jornada pessoal de autodescoberta e realização. 

Wolfenson destaca a transição do processo digital para o analógico e as vantagens dessa mudança. Anteriormente, o domínio de química, física e matemática era necessário antes que a criatividade pudesse vir à tona. No entanto, com a fotografia digital, novas possibilidades e desafios surgiram, exigindo decisões constantes ao longo do processo criativo. A transição para o digital não foi isenta de obstáculos, mas, para Wolfenson, representou uma expansão das fronteiras do possível, mesmo que isso significasse enfrentar o desafio do hiper-realismo. 

O seu novo livro “Desnorte” surge como uma síntese do trabalho de Wolfenson, refletindo sua abordagem ambígua e multifacetada à fotografia. Para ele, não existe uma bússola definida, cada imagem capturada é uma exploração em direção ao desconhecido, uma busca incessante pela verdade e beleza na imperfeição do mundo. Com mais de 50 anos de carreira, esta obra celebra não apenas uma carreira distinta, mas também uma jornada de autoexpressão e descoberta contínua.  

“Eu nem tinha vocação para ser fotógrafo. Acabei me vocacionando pelo exercício da posição, até ser quem no momento eu sou. (…) Eu deixei de estar fotógrafo para ser fotógrafo.” disse Bob Wolfenson durante a palestra. 

Em meio às discussões sobre o impacto da inteligência artificial no mundo da fotografia, Wolfenson enfatiza a importância da humanidade por trás da lente. Para ele, ser fotógrafo vai além de apenas capturar imagens, é um ato de estilo, paciência e criatividade que transcende qualquer inteligência. Enquanto o mundo digital avança rapidamente, Wolfenson nos lembra que é o olhar humano, com sua singularidade e sensibilidade, que verdadeiramente dá vida às fotografias. 

Para concluir, Wolfenson oferece uma dica valiosa: “O olho é um músculo, precisa ser exercitado para se encontrar e se desenvolver.” Essas palavras não apenas encapsulam sua abordagem à fotografia, mas também servem como um lembrete inspirador para todos os amantes da arte visual. Por meio da prática constante e da exploração contínua, podemos encontrar nossa voz única no mundo da imagem, assim como Bob Wolfenson encontrou a dele há cinco décadas. 


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Espetáculo “Prima Facie” estreia no Teatro FAAP 

Neste último sábado, 12, aconteceu a estreia do reverenciado espetáculo Prima Facie, um monólogo com Débora Falabella, sob direção de Yara de Novaes, que segue em cartaz no Teatro FAAP até o dia 08 de junho deste ano.   Em seu primeiro solo teatral, Débora vive a bem-sucedida advogada Tessa, que tem acusados de violência sexual entre seus clientes. Vinda de uma família pobre, ela batalhou e venceu no complexo mundo da advocacia. Ao mesmo tempo, em que experimenta o sucesso, ela precisa encarar uma crise que a obriga a rever uma série de valores e princípios, além de refletir sobre o sistema judicial, a condição feminina e as relações conturbadas entre diversas esferas de poder.  Desde a sua estreia em Londres, em 2022, Prima Facie seguiu uma trajetória meteórica. Escrito por Suzie Miller, o texto ganhou dezenas de montagens ao redor do mundo, conquistou a Broadway e o West End Inglês, virou objeto de disputa entre produtores e inspirou debates e esforços para mudar algumas leis britânicas.   No Brasil, a montagem estreou em abril de 2024, no Rio de Janeiro, e se tornou um fenômeno de público instantâneo, com sessões extras e um debate que reuniu advogadas de diversas esferas. Em agosto de 2024, o espetáculo se apresentou em Brasília e recebeu a ministra do STF Carmen Lucia, o ex-ministro do STF Ayres Britto e a subprocuradora Geral da República, Raquel Dodge, para uma conversa após a sessão.  Nos debates que Prima Facie realizou em Brasília e no Rio de Janeiro, foram discutidos temas como a representatividade feminina no judiciário, a legislação de violência sexual e o fenômeno que a peça vem causando em diversas montagens ao redor do mundo.   As sessões no Teatro FAAP acontecem entre sexta e sábado, às 20h, e domingo, às 17h. Os ingressos podem ser adquiridos através do site ou diretamente na bilheteria, sujeito a lotação.  Premiações  Débora Falabella recebeu o 35º Prêmio Shell de Teatro, como melhor atriz; o Prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) de Melhor Atriz de Teatro em 2024 e também recebeu o Prêmio Arcanjo de Melhor Solo.   Além disso, o espetáculo recebeu duas indicações para o Prêmio Shell de Teatro:  Melhor Direção (Yara de Novaes) e Música (Morris) e sete indicações ao Prêmio APTR: Melhor Espetáculo, Melhor Produção não-musical, Atriz (Débora Falabella), Direção (Yara de Novaes), Cenografia (André Cortez), Iluminação (Wagner Antonio) e Figurino (Fabio Namatame).  Espetáculo Prima Facie  Temporada: de 12 de abril a 08 de junho de 2025  Horário: sextas e sábado, às 20h, e domingo, às 17h  Local: Teatro FAAP – R. Alagoas, 903 – Higienópolis   Classificação indicativa: 14 anos   Duração: 100min  Ingressos: R$ 160 (inteira) R$ 80 (meia


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FAAP promove programa de formação para educadores da exposição “Andy Warhol: Pop Art!”

Já começou o Programa de Formação dos educadores que irão compor a equipe da exposição Andy Warhol: Pop Art!, no MAB FAAP. A iniciativa reúne professores dos cursos de Artes Visuais, Moda e outras áreas relacionadas às temáticas da exposição, além de curadores e especialistas convidados, visando oferecer uma base sólida de referências para os profissionais que atuarão diretamente com o público. Desta forma, o processo de formação promove uma articulação entre o Centro Universitário Armando Alvares Penteado e o Museu de Arte Brasileira MAB FAAP, integrando o corpo do educativo ao Museu e estudantes que também desenvolverão atividades em suas disciplinas de práticas extensionistas, ampliando as ações junto à comunidade. A primeira etapa do programa acontece antes da abertura da mostra e apresenta um panorama introdutório dos principais temas abordados na exposição. Em vez de esgotar os assuntos, a proposta é estimular a reflexão crítica e indicar caminhos para aprofundamentos individuais, oferecendo suporte teórico e metodológico. Entre os conteúdos discutidos estão o contexto histórico, social e político das décadas de 1950 a 1970; os desdobramentos culturais da época; e os movimentos artísticos relacionados, como o pop inglês, o neo-dada, o nouveau réalisme e o pop norte-americano. Também integra a programação uma oficina prática de serigrafia, com foco na produção gráfica e nos meios de reprodução, fundamentais na obra de Warhol, e que será realizada no conjunto de ateliês de gravura do Centro Universitário. A formação inclui ainda módulos dedicados às práticas educativas, com ênfase em acessibilidade e estratégias de mediação com diferentes públicos — incluindo faixas etárias diversas, Libras e necessidades especiais. Em um segundo momento, o programa seguirá com encontros de formação continuada, essa fase visa ampliar o repertório dos educadores, aprofundar tópicos discutidos anteriormente e enriquecer a atuação dos profissionais por meio da troca de experiências e olhares multidisciplinares. A proposta é construir, de forma colaborativa, abordagens mais sensíveis, inclusivas e atualizadas, que dialoguem com a diversidade do público e a complexidade da obra de Andy

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