Em conversa com os alunos, mediada pela coordenadora do curso de Relações Internacionais, Fernanda Magnotta, Nasser falou sobre a renúncia e o abandono dos princípios históricos da diplomacia brasileira nos últimos anos. De acordo com ele, houve um isolamento e um recolhimento autoimposto do Brasil no sistema internacional, principalmente com relação aos organismos multilaterais. “O Brasil se retraiu e perdeu voz com relação a essas entidades principalmente nas relações políticas. O presidente Lula volta com a missão de reconstruir essas relações e retornar a manutenção dos canais diplomáticos que foram abandonados, com o compromisso de reconquistar nosso lugar”.
Quando perguntado sobre preservação do meio ambiente e combate às mudanças climáticas, frisou que o Brasil é peça importante nesse tabuleiro. Também respondeu perguntas sobre os desafios do novo governo em relação à política externa, sobre o estigma do novo governo ser antiamericanista, sobre o futuro do acordo Mercosul-União Europeia e sobre os BRICS.
Filipe Nasser é conselheiro da carreira diplomática, já foi Chefe da Divisão do Mar, da Antártida e do Espaço (DMAE) do Itamaraty e assessor na Secretaria de Planejamento Diplomático (SPD). Serviu nas Embaixadas do Brasil em Washington, nos Estados Unidos, e em São Domingos, na República Dominicana, além de ter participado na Missão Permanente do Brasil junto às Nações Unidas, em Nova York. É um dos fundadores e foi o primeiro Editor-Chefe da revista Juca, do Instituto Rio Branco.