O artista mineiro Thiago Honório (Carmo do Paranaíba, MG, 1979), professor dos cursos de Artes Visuais da Faculdade Armando Alvares Penteado (FAAP), segue na próxima semana para Portugal. Será sua sétima residência artística, após ter sido escolhido entre 174 artistas internacionais que disputavam o prêmio-bolsa concedido pela Fundação Calouste Gulbenkian, de Lisboa, e pelo programa AiR 351, de Cascais.
Escolhido por um público seleto, composto por curadores de Portugal, dos EUA e da França, Thiago ficará em residência em Cascais, de 6 de outubro deste ano a 2 de janeiro de 2021. A ideia é dar continuidade a uma pesquisa relacionada à imaginária de roca, que é um tipo de imaginária sacra barroca processional que ganhou força na Península Ibérica, sobretudo, no século XVIII, e que foi difundida no Brasil nos séculos XVIII e XIX.
“Pretendo dar continuidade a uma pesquisa sobre esse tipo de imaginária, a partir de uma perspectiva decolonial. Mas estarei aberto à experiência em Portugal e a esse tipo de condição tão singular, que o deslocamento espaço-temporal proposto por uma residência artística provoca e possibilita”, diz o artista.
Thiago é formado em Artes Visuais, com mestrado e doutorado também em Artes Visuais. Já participou de residências artísticas no Uruguai (2019), Estados Unidos (2018) e França (2012) – sendo esta última a partir da parceria entre a FAAP e a Cité Internationale des Arts, em Paris. No Brasil, fez residência em Belo Horizonte (2016), pela Bolsa Pampulha, e em São Paulo (2015 e 2013), pelos programas do Paço das Artes e Red Bull Station.
Em breve, ele inaugurará no Museu de Arte Moderna (MAM) de São Paulo a instalação roçabarroca (2018/2020), no Projeto Parede, espaço entre o saguão de entrada e a Sala Milú Villela. O artista reveste duas paredes com taipa de mão e pau a pique, entrelaçando ripas e toras de madeira com galhos recolhidos do Parque do Ibirapuera e vigas de bambu amarrados por sisal ou cipó.