O estudo trimestral Mídias Sociais 360º (#MS360FAAP), realizado pelo Núcleo de Inovação em Mídia Digital (NiMD) da Faculdade Armando Alvares Penteado (FAAP), em parceria com a Socialbakers (atual Emplifi), mostra que as marcas e as celebridades perderam seguidores no Instagram. Os dados são referentes ao segundo trimestre de 2021 e analisa os 100 perfis brasileiros com mais interações.
Na comparação com os três primeiros meses de 2021, as marcas perderam 32,7% dos seus seguidores, saindo de 2.411.744, em média, para 1.622.604 registrados no segundo trimestre do ano. Já as celebridades tinham 13.879.056 seguidores, em média, e ficaram com 10.093.846, o que equivale a uma perda de 27%.
Os pesquisadores responsáveis pelo estudo acreditam que, provavelmente, a queda se deve a alguns fatores, como a limpeza de contas falsas feita pelo próprio Instagram, possíveis ajustes na entrega dos números e, claro, a possibilidade de usuários deixando de seguir as marcas nessa plataforma.
Em relação às interações, o estudo mostra que há uma grande diferença entre os perfis das marcas e o de celebridades. Enquanto a primeira categoria teve uma média de 3.924 interações, entre abril, maio e junho deste ano, a segunda obteve 146.607.
Para o professor Thiago Costa, coordenador da pós-graduação em Comunicação e Marketing Digital da FAAP e um dos pesquisadores do projeto, ainda que estejam passando por um processo de humanização e aproximação dos consumidores, as empresas ainda não conseguem o nível de engajamento que as figuras públicas possuem. “E esse cenário não tem ligação com a quantidade de conteúdo, pois as marcas publicam quase duas vezes mais por semana, em comparação às celebridades”, explica.
O coordenador do NiMD-FAAP, Prof. Eric Messa, ressalta que o usuário ainda prefere o conteúdo dos famosos, mesmo que seja algo planejado e editado para a exposição e até mesmo venda de produtos e serviços.
Mas, mesmo que essas celebridades tenham um nível de interação muito maior, houve uma queda significativa no número de likes recebidos em suas postagens, entre o primeiro e o segundo trimestre de 2021. A redução nas postagens do tipo “carrossel”, por exemplo, que são as que historicamente geram mais curtidas, foi de 23% entre os períodos, possivelmente relacionada à queda nos seguidores e nem tanto ao comportamento deles.
Em relação ao primeiro trimestre do ano, todas as categorias – exceto Mídia e Notícias – tiveram redução no seu número de fãs no período entre abril e junho. Esse resultado indica uma tendência que já vinha sendo observada nos últimos estudos: a perda de interesse do público pelo Facebook.
Por outro lado, mostra como as notícias continuam sendo base para as interações na plataforma, o que justifica a preocupação de muitos especialistas pela possível permissividade dessa rede com as chamadas fake news.
De acordo com os especialistas, há uma dúvida que persiste na relação entre número de fãs e quantidade de conteúdo postado: a categoria “Mídia/Notícias” cresce por ser a que mais faz postagens ou essas páginas postam mais justamente por terem uma base de usuários maior e mais ativa?
No entanto, há uma certeza sobre a migração, mesmo que gradual, das demais categorias (Marcas, E-commerce, Entretenimento e Bens de Consumo) para as outras plataformas. Isso ocorre também com “Mídia/Notícias”, mas é possível dizer que a própria natureza do negócio dessas páginas exige uma intensidade maior de postagens. Afinal, as empresas proprietárias possuem na monetização pela visualização de anúncios em seus sites uma fonte importante de renda.
Novo formato
O estudo das redes sociais digitais e, especialmente, do público que faz uso delas, tornou-se fundamental no trabalho de comunicação entre marcas e pessoas. Diante disso, desde 2014, o NiMD-FAAP trabalha em parceria com a Socialbakers (atual Emplifi) para a captação e análise de dados dos 100 perfis brasileiros com mais interações em diferentes plataformas.
A cada trimestre, o relatório #MS360FAAP traz dados como os tipos de interação mais realizadas pelos usuários, o tempo de resposta das empresas, o modelo de postagem mais utilizado, entre outros. Passados sete anos do início do projeto, e com a evolução constante das redes, o relatório também passou por mudanças, chegando agora a um novo modelo.
Neste novo formato, além dos gráficos com a evolução numérica dos dados, será possível encontrar também análises rápidas e destaques do período analisado, com indicações dos impactos mercadológicos dos achados da pesquisa.
O responsável pelo novo projeto gráfico, professor Adriano Cerullo, explica que o estudo nasceu da premissa de cumprir três funções originais: visualização dos dados, análise dos insights com base nesses números e compartilhamento desse conhecimento.
A partir disso, o novo visual foi trabalhado na busca por três pontos: distribuir a visualização dos dados em módulos, identificados por cores proprietárias das redes sociais investigadas; identificar cada gráfico por um ícone que facilita a identificação do tema analisado e envelopar o documento em um desenho que convida ao compartilhamento, seja em forma do PDF completo do estudo, ou mesmo de trechos, páginas ou registro de screenprints de diagramas específicos.
A ideia é otimizar o uso do relatório para que profissionais de marketing, criadores de conteúdo, pesquisadores e estudantes possam aproveitar ao máximo e de forma prática e rápida todas as informações.
O novo relatório completo e os anteriores estão disponíveis em www.faap.br/ms360faap.