Paris está em chamas

VISITAÇÃO

20/11/2019 a 09/2/2020


LOCAL

Rua Alagoas, 903
Higienópolis, São Paulo


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20/11/2019 a 09/2/2020


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Higienópolis, São Paulo



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Apresentar, e explorar articulações, além de distintas perspectivas a partir de uma seleção dentre os trabalhos produzidos pelos artistas que participaram do Programa de residência artística da FAAP na Cité des Arts, em Paris, de 2009 a 2018 e que, agora, integram o acervo do Museu de Arte Brasileira da FAAP é o que aqui se propõe com Paris está em chamas.

A exposição é o primeiro recorte curatorial desta coleção em formação, oriunda das doações dos participantes do programa, iniciado em 1997, que tem selecionado e enviado à Paris um artista –ex-alunos, professores e alunos – que, com o prêmio oferecido pela FAAP, permanece por um período de seis meses de residência artística, na Cité.

Distintamente de edições anteriores da Anual de Arte, na qual tem sido apresentada uma sala, com artistas convidados que integraram o programa, aqui temos uma exposição paralela e autônoma, mas absolutamente vinculada a essa recente história e associações com a área de artes visuais, da FAAP. Ela decorre, também, da momentânea, e involuntária, interrupção da presença dos artistas, que ocuparam o 1422 – como é carinhosamente identificado por seus residentes, o estúdio da FAAP na Cité – em consequência de uma necessária reforma, renovação e readequação das condições físicas do apartamento.

A seleção das obras, bem como de suas possíveis vinculações com o universo da capital francesa no qual viveram, e conviveram, os artistas que para lá foram, apontam para a diversidade de experiências, mas também para as interrelações destas com a diversificada formação dos artistas que para lá foram e que, em sua quase totalidade tiveram sua formação em Artes Visuais, na FAAP. Representam, assim, um panorama das experiências e assimilações dos questionamentos do dia a dia, traduzidos no cotidiano do curso de Artes Visuais.

Necessário, ainda, mencionar a apropriação da referência histórica decorrente do uso no título, que se potencializa na relação cinematográfica, com a recriação do episódio histórico em que ao não poder manter o controle sobre a Paris ocupada, o líder nazista ordena que, a ainda “capital cultural do mundo”, símbolo da afirmação de liberdade, criação e efervescente questionamento dos valores estabelecidos, seja incendiada. O jogo proposto pelo título também alude a possíveis reflexões, e a uma crônica da atualidade, planteando diálogos entre tempos distintos – 1945/ 1966/ 2019 – mas conectados por dimensões de realidade similares.

Ainda é preciso apontar a possibilidade de vermos, na referência trazida pelo título, a ebulição parisiense e sua consequente percepção pelos artistas, associada à dimensão provocadora e desestabilizadora de certezas que o processo de residência provoca. O desejo e as chamas das possíveis transformações alimentam a esperança na conscientização política da diversidade da vida traduzida em ações poéticas e de comprometimentos éticos.

Marcos Moraes
Curador

MAB FAAP

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