54 Anual de Arte FAAP

DATA

2024


VISITAÇÃO

25 de novembro de 2024
a 02 de março de 2025


ENTRADA

Gratuita
Terça a Domingo das 10h às 18h, última entrada às 17h30.
*Museu fechado às segundas-feiras.


INFORMAÇÕES

11 3662 7198


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54anual

DATA

2024



CATEGORIA


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Apresentar a 54 Anual de Arte FAAP se torna uma missão quase impossível sem
fazer menção a sua existência e longevidade ao longo de sessenta anos. Não
se trata, aqui, de uma simples elegia histórica, mas de uma constatação da
tenacidade de um projeto de exposição de alunos que se afirmou como um dos
mais relevantes programas desta natureza, no país.

Ainda uma vez mais sob a perspectiva da repetição é importante olharmos,
mesmo que rapidamente para a cronologia desta senhora “60+” que, mesmo
nascida em um momento de turbulência, convulsões globais de toda ordem e
dimensão, cresce e amadurece tentando compreender o momento em que se
realiza e afirma como espaço de experimentação e reflexão.

O emblemático ano de 1964, no qual nasce a Anual de Arte FAAP, nos traz uma
perspectiva da complexidade do mundo, naqueles anos em que vivemos em
perigo, e que nos incita a querer permanecer debruçados sobre acontecimentos
ímpares e inesquecíveis na história daquela nascente aldeia global. Marcantes
instantes que nos levam do início da Guerra do Vietnã, ao prêmio Nobel da Paz
entregue ao líder Martin Luther King, da criação da OLP ao Golpe Militar no
Brasil, do primeiro concerto dos Beatles nos EUA, ao lançamento do primeiro
disco do Velvet Underground com capa de Andy Warhol, sem mencionar os
desaparecimentos do cenário artístico de Gerrit Ritveld e Anita Malfatti, ou ainda
o lançamento de Deus e o Diabo na Terra do Sol, de Glauber Rocha, referência
da cinematografia nacional.

Iniciada a partir da produção de estudantes dos então Cursos Livres, e daqueles
que integravam o Curso para Formação de Professores de Desenho, antes
mesmo da implantação da Faculdade de Artes Plásticas a exposição atravessa
as décadas, deslocando-se em busca de caminhos que lhe permitiram superar
dificuldades desde as de ordem conceitual até aquelas relativas ao uso de
espaços institucionais.

Desde 1967 a Anual esteve vinculada à antiga Faculdade de Artes Plásticas e
prosseguiu assim, ainda que em alguns momentos deste período ela tenha tido
outras formas de organização, e mesmo de estruturar-se, enquanto vinculada ao
Museu de Arte Brasileira, o MAB.

Para entender a diferença entre o período de existência e a numeração da atual
edição – 54 Anual – é preciso mencionar que o Museu esteve fechado para
reformas, entre 1979 a 1982, resultando na consequente suspensão das
exposições. Foram quase quatro décadas até uma nova suspensão, desta
vez determinada pela pandemia de COVID 19, que significou permanecer em
isolamento nos anos de 2020 e 2021, sem aquela que se transformou em um
dos marcos do calendário artístico e cultural da cidade.

Constituindo-se como um programa de exposição – por suas características,
histórico e atividades paralelas, entre outras – a Anual pode ser percebida como
estratégia institucional ao trabalhar para a experiência e compreensão, por parte
de seus estudantes, do funcionamento do sistema da arte contemporânea – seu
campo de atuação profissional – enquanto, por outro lado, oferece uma
visibilidade e a possibilidade de articulação junto a agentes desse sistema.

Outra de suas perspectivas de atuação é como fomentadora do potencial
experimental, das ações criadoras e, ainda, de valorização da diversidade com
a qual se deparam estudantes e interessados na produção visual
Trabalhos e estudantes refletem poeticamente sobre temas como deslocamento
e pertencimento, migração e diásporas, mergulhando em perspectivas e
dimensões sociais, espirituais e materiais. Apresentam, ainda, suas inquietações
acerca do corpo e suas possíveis abordagens para além da representação, bem
como resvalando nos questionamentos sobre gênero, identidade e sexualidade,
ou amplificando as reflexões sobre suas ações nas esferas pessoal, cultural e
espiritual.

Elemento significativo e não menos relevante da perspectiva de possibilidade de
experimentação, presente em distintos processos e objetos apresentados na
exposição é a diversidade de processos e procedimentos técnicos oriundos das
distintas vivências, ao longo dos cursos, com os espaços de oficinas, ateliês e
estúdios que, somados às disciplinas, constituem-se no amálgama que constrói
a práxis proposta e praticada como princípio didático da formação de um
profissional em artes visuais.

A 54 Anual de Arte FAAP apresenta 32 trabalhos de 22 estudantes escolhidos
pela Comissão de Seleção dentre as 128 obras inscritas. A seleção possibilitou
a organização da exposição na qual a Comissão de Premiação pode conhecer
a produção e premiar sete estudantes com bolsas de estudos – para o ano
subsequente ao da exposição – afirmando o comprometimento institucional de
apoio e fomento.

Finalizando, a estratégia de artistas convidados permanece ao apresentarmos
artistas residentes que ocuparam o estúdio 1422 que a Residência Artística
FAAP – Paris, mantém desde 1997 na Cité Internationale des Arts. Mantém-se
dessa forma o diálogo entre as produções de jovens artistas inseridos de
distintas formas no sistema da arte – Fernanda Galvão e Pepi Lemes – e a
produção dos atuais estudantes de artes visuais tornando ainda mais visível o
incentivo institucional, aos que desejam inserir-se no campo da atuação
profissional em artes visuais.

Sem qualquer pretensão de atribuir um caráter de exposição comemorativa o
rápido olhar sobre os inícios da Anual de Arte FAAP em seus sessenta anos de
existência nos remete invariavelmente a balanços, e ao sentido imediato de
debruçar-se sobre o passado para poder observar possíveis leituras,
interpretações e tentativas de compreensão dos passos dados, das experiências
vividas, das ações realizadas e dos projetos iniciados, sejam eles os de vida, ou
os de atividade profissional para a qual se preparam os atuais estudantes dos
cursos da Instituição.

Assim, a 54 da Anual de Arte FAAP se une a suas antecessoras e dá
continuidade a proposta que toma proporções mais amplas, tendo como objetivo
extravasar os muros da Instituição e facilitando a aproximação do público com a
produção de seus estudantes, para inseri-los de forma mais significativa no
circuito da difusão de produção artística, no sistema da arte contemporânea.

Marcos Moraes
Diretor-Geral MAB FAAP
Coordenador cursos de Artes Visuais FAAP

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