Res Artis 2025

De 18 a 23 de setembro, a FAAP foi palco da Conferência Res Artis 2025 – São Paulo, o maior encontro mundial dedicado a residências artísticas.

Sob o tema “Outras Primaveras: Florações do Sul Global”, a 33ª edição reuniu mais de 250 participantes em mais de 60 atividades, entre palestras, seminários, exposições e visitas a museus. Pela primeira vez realizada na América Latina, a conferência aproximou profissionais do setor das artes de diversos países e contou também com a participação de alunos e professores da FAAP, ampliando conexões e fortalecendo essa rede internacional.

Conferência Res Artis 2025 – São Paulo

Res Artis 2025

18 a 23 de setembro de 2025

Res Artis 2025

Programação Conferência Res Artis 2025 — São Paulo

Programação

18 de setembro – quinta-feira

17h00	Prédio 1 Entrada Acesso portão G1	Credenciamento e Boas-Vindas
19h00	Prédio 1 Sala Annie Alvares Penteado	Abertura da Exposição 20 anos da Residência Artística FAAP – São Paulo: contribuições para uma coleção de arte contemporânea
20h00	Prédio 1 Terraço	Coquetel de Confratenização

(Programação sujeita a alterações em função de ajustes necessários para sua realização)

19 de setembro – sexta-feira

9h30	Prédio 5 1SS Foyer do Centro de Convenções	Café
10h00	Prédio 3 Auditório 1	Boas-Vindas (Live Streaming) Representante REs Artis & Representante FAAP
10h30	Prédio 3 Auditório 1	Palestra (Live Streaming) Levantes indígenas como poéticas de criação[Tradução simultânea – Disponível em EN/ES/PT]
12h00		Intervalo
12h30	Prédio 3 Auditório 1	Painel Gestões (Live Streaming) Oyindamola (Fakeye) Faithful (Reino Unido/Nigéria) Zaynab Odunsi (Arábia Saudita) Todd Lanier Lester (EUA/Brasil) Mediador: Gordon Knox (EUA)[Tradução Simultânea – Disponível em EN/ES/PT]
14h00	Prédio 5 1SS Foyer do Centro de Convenções	Almoço
14h00	Prédio 5 1SS Sala 5S17	Patricia Stagi (Brasil) Casero: residência artística florestal e incubadora de projetos em arte e ecologia Idioma: Português
		Antonio Monteiro de Barros Sobral (Brasil) Residência São João: uma terra viva Idioma: Português
		Charlotte Lily Hilder (Austrália) Como programas públicos desenvolvem oportunidades de intercâmbio cultural Idioma: Inglês
		Carolina Böttner (Argentina/Alemanha) Pesquisando pelo lugar: residências enraizadas no território Idioma: Espanhol

		Mia Harris (Reino Unido) Clay & Conversation: um projeto de residência de Jacqui Ramrayka no Victoria and Albert Museum Idioma: Inglês
		Fernanda Luz Avendaño (Brasil) Melancolia e souvenir Idioma: Espanhol
		Guillermina Bustos (Brasil), com Jorge Sepúlveda T. e Federico de la Puente A memória é uma batalha ganha: História das gestões autônomas como metodologias de aprendizagem comunitária Idioma: Espanhol
15h	Prédio 5 3º andar Sala 5315	Tamara Isaac (Haiti/Brasil) Escrevendo nossas migrações: uma oficina de poesia sobre linguagem e pertencimento Idioma: Inglês
	Prédio 5 3º andar sala 5317	Ama BE (EUA/Gana), com Tarcisio Almeida (Brasil), Jamile Cazumbá (Brasil) e intermediação de Amilcar Lucien Packer Yessouroun (Chile/Brasil/França) Enraizado na fissura: incorporando pedagogias de artistas pan-africanos Idioma: Inglês e Português
	Prédio 5 3º andar Sala 5301	Hsiao-Chi Chu (Taiwan/Países Baixos), com Wen-Tsao Lin (Taiwan) Reformulando residências: impacto sustentável e estratégias institucionais em contextos regionais para artistas residentes (AiR) Idioma: Inglês
	Prédio 5 3º andar Sala 5303	Sam Brakarsh (Zimbábue/EUA) Além do silêncio: residências artísticas como catalisadores para a reforma da censura e a liberdade criativa no Sul global Idioma: Inglês
15h	Prédio 5 3º andar Sala 5304	Marnie Badham e Gordon Knox Questões urgentes em residências artísticas e mobilidade de artistas: construindo uma agenda coletiva de pesquisa Idioma: Inglês
15h	Prédio 5 3º andar Sala 5302	Marie Fol e Daniel Marro Discórdia criativa: transformando conflitos criativos Idioma: Inglês
16h30		Intervalo

17h00	Prédio 5 3º andar Sala 5311	Wanjiru Koinange (Quênia) Memória, movimento e impulso: lições de uma carreira em ecossistemas criativos Idioma: Inglês
	Prédio 5 3º andar Sala 5313	Lina Ángel Sabogal (Argentina) Red Quincho: residências artísticas e micropolíticas do Sul global Idioma: Espanhol

(Programação sujeita a alterações em função de ajustes necessários para sua realização)

20 de setembro – sábado

9h30	Prédio 5 1SS Foyer do Centro de Convenções	Café
10h00	Prédio 3 Auditório 1	Painel Mundo Natural (Live Streaming) Marco Herrera (Peru) Cristina Freire (Brasil) Edgar Calel (Guatemala) Mediador: Marcos Moraes (Brasil) [Tradução Simultânea – Disponível em EN/ES/PT]
11h30		Intervalo
12h00	Prédio 5 1SS Sala Aneza I	Felix Toro (Brasil) O território como princípio orientador: a prática situada do Sacatar Idioma: Português
	Prédio 3 Auditório 1	Monica G. Contreras (México) (Live Streaming) Pintando um horizonte mais brilhante: residência artística com foco na comunidade em Atotonilco, Guanajuato, México (Live Streaming) Idioma: Espanhol [Tradução Simultânea – Disponível em EN/ES/PT ]
	Prédio 5 1SS Centro de Convenções	Andrés Knob (Argentina) (Live Streaming) Residências como prática relacional e espaço afetivo: 20 anos de Proyecto´ace Idioma: Espanhol
	Prédio 5 1SS Sala Anexa II	Ximena Escobar de Nogales (Colômbia) Residências artísticas para salvaguardar o patrimônio vivo Idioma: Espanhol
	Prédio 5 3º andar Sala Híbrida 5301	Daniel Maposa (Zimbábue), com Sam Brakarsh (Zimbábue/EUA) (Live Streaming) Da política à prática: promover a governança cultural sustentável em Harare Idioma: Inglês
13h15	Prédio 1 Escadaria de entrada	Fotografia oficial do evento
13h30	Prédio 5 1SS Foyer do Centro de Convenções	Almoço

13h30	Prédio 5 1SS Sala 5S17	Gonzalo Cordova Vergara (Argentina) De centro cultural à comunidade Idioma: Espanhol
		Mercedes Aliaga Pueyrredon (Argentina) O processo criativo é transformador: inspira-se em histórias de artistas e descubra os programas da Residência Mango Idioma: Espanhol
		Brieuc Tanguy-Guermer (França) Villa Fatumbi: novo programa de intercâmbio cultural transatlântico da Embaixada da França no Brasil Idioma: Português
		André Aleotti (Brasil) Economia Criativa e o impacto no desenvolvimento econômico da cidade de São Paulo Idioma: Português
14h30	Residência Artística FAAP – São Paulo (Ed. Lutetia: Praça do Patriarca, 78, São Paulo)	Belén Romero Gunset – Buenos Aires, Argentina Diego de Santos – Ceará, Brasil Fava da Silva – Rio de Janeiro, Brasil Júlia Gonçalves – Rio de Janeiro, Brasil Natan Dias – Espírito Santo, Brasil Osvaldo Rodríguez Ruiz – Patillas, Porto Rico Paulo Valeriano – Distrito Federal, Brasil Pietra Galli – Londres, Inglaterra Raiana Britto – Bahia, Brasil
16h30	Residência Artística FAAP – São Paulo (Ed. Lutetia: Praça do Patriarca, 78, São Paulo)	Helen Ceballos (República Dominicana/Porto Rico) Rito de Passagem Idioma: Espanhol

(Programação sujeita a alterações em função de ajustes necessários para sua realização)

21 de setembro – domingo

9h30	Prédio 5 1SS Foyer do centro de Convenções	Café
	Prédio 3 Auditório 1	Painel Amefricanidade (Live Streaming) Luciara Ribeiro (Brasil) Moni Aisida (Nigéria) Bianca Santana (Brasil) Mediadora: Edilamar Galvão (Brasil) [Tradução Simultânea – Disponível em EN/ES/PT ]
11h30		Intervalo
12h00	Prédio 5 1SS Sala Anexa I	Estudos de Caso Alicia Marvan (México) Táticas regenerativas: promovendo a descolonização e a sustentabilidade por meio da cultura e da educação Idioma: Espanhol
	Prédio 5 1SS Centro de Convenções	Diego Mencaroni (Itália) (Live Streaming) Mobilidade e equidade de bolsistas vindos do Sul global. Desafios, dificuldades, obstáculos e soluções Idioma: Inglês
	Prédio 5 1SS Sala Anexa II	Guillermo Rodríguez (Porto Rico) O efeito “Downbeat”: sobre a importância do tempo de residência na pesquisa artística e na prática curatorial Idioma: Espanhol
	Prédio 3 Auditório 1	Ahmed Mourad Khanfir (Tunísia/Senegal), com Sam Brakarsh (Zimbábue/EUA) Residências artísticas como zonas culturais seguras nas regiões MENA e africanas [Tradução Simultânea – Disponível em EN/ES/PT ]
13h30	Prédio 5 1SS Foyer do Centro de Convenções	Almoço
14h30	Prédio 3 Auditório 1	Tracian Meikle (Uganda/Países Baixos) (Live Streaming) Construção de mundos através da arte – Imaginando futuros de libertação no Afropocene StudioLab, Uganda [Tradução Simultânea – Disponível em EN/ES/PT]
	Prédio 5 3º andar Sala Híbrida 5303	Nguyễn Vũ Tú Hằng (Vietnã) (Live Streaming) Mobilidade fragmentada e confiança desigual: construindo uma rede de artistas residentes no Vietnã a partir do Sul global Idioma: Inglês

Prédio 5
1SS
Centro de Convenções

Nazura Rahime (Malásia),
com Juhari Said (Malásia)
(Live Streaming)
Aprendizagem por meio da troca: comunidade e mentoria na residência Barehands

Idioma: Inglês

Prédio 5
1SS
Sala Anexa I

La Wayaka Current – Sofie Iversen & Victor Fernández (Chile / Reino Unido)
Suportado pela Terra: mudanças interiores e renovação criativa em territórios vivos

Idioma: Espanhol

15h15

Saída pela portaria G1

Roteiros de visitas a Museus e equipamentos culturais I e II

Roteiro I: Museu da Língua Portuguesa e Pinacoteca de São Paulo (Pina Luz e Pina Contemporânea)

Roteiro II: Museu Afro Brasil Emanoel Araujo e Parque Ibirapuera

(Programação sujeita a alterações em função de ajustes necessários para sua realização)

22 de setembro – segunda-feira

9h30	Prédio 5 1SS Foyer do Centro de Convenções	Café
10h00	Prédio 3 Auditório 1	Thiago de Paula Souza (Brasil) (Live Streaming)[Tradução Simultânea – Disponível em EN/ES/PT]
11h30	Prédio 5 3º andar Sala Híbrida 5301	Abbey IT-A (Gana) (Live Streaming) INTERVENÇÃO “NO LOCAL” – Quando colegas se tornam colaboradores… Idioma: Inglês
	Prédio 5 1SS Centro de Convenções	Alecsandra Matias de Oliveira (Brasil) (Live Streaming) Artistas brasileiros em residências em Dacar (Senegal) Idioma: Português
	Prédio 5 1SS Sala Anexa II	Rafael RG (Brasil) Deitar no céu para olhar o chãoIdioma: Português
	Prédio 3 Auditório 1	Bruno Alves de Almeida (Brasil/Portugal) Residências artísticas como infraestruturas para o engajamento ecológico Idioma: Português [Tradução Simultânea – Disponível em EN/ES/PT]
	Prédio 5 1SS Sala Anexa I	Helga Elsner Torres (Alemanha/Peru) Reconectando-se com o Sul global: arte e identidade Idioma: Inglês
13h30	Prédio 5 1SS Foyer do Centro de Convenções	Almoço
14h30	Prédio 5 3º andar 5313	Mac Andre Arboleda (Filipinas) Eu cresci em uma fazenda de cliques Idioma: Inglês
16h00	Museu de Arte Sacra de São Paulo (Av. Tiradentes, 676 – Luz)	Coquetel de confraternização e encerramento

(Programação sujeita a alterações em função de ajustes necessários para sua realização)

23 de setembro – terça-feira (opcional)

9h30

Visita à 36ª Bienal de Arte de São Paulo

(Programação sujeita a alterações em função de ajustes necessários para sua realização)

Programa

Conheça todos os palestrantes

Veja a lista de palestrantes selecionados

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Gana

Abbey IT-A

INTERVENÇÃO “NO LOCAL” – Quando colegas se tornam colaboradores…

Tunísia / Senegal

Ahmed Mourad Khanfir

Residências artísticas como zonas culturais seguras nas regiões MENA e africanas

Brasil

Alecsandra Matias de Oliveira

Artistas brasileiros em residências em Dacar (Senegal)

México

Alicia Marvan

Táticas Regenerativas: Promovendo a Descolonização e a Sustentabilidade por meio da Cultura e da Educação

EUA / Gana

Ama BE

Enraizado na fissura: incorporando pedagogias de artistas pan-africanos

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Abbey IT-A
Gana

INTERVENÇÃO “NO LOCAL” – Quando colegas se tornam colaboradores…

Atualmente, Abbey IT-A encontra terrenos liminares entre a prática artística e a curadoria, entendidas como artifícios mutuamente referenciais. Interessade na discursividade proverbial prometida pela arte contemporânea e em como ela se sustenta na prática, Abbey desenvolve intervenções curatoriais experimentais e multivocais, frequentemente partindo de elementos como fotografia, vídeo, texto e conversas em sua prática artística independente.

Como curadore na Foundation for Contemporary Art – Ghana, colabora no apoio às práticas e discursos da arte contemporânea ganesa por meio de pesquisas, oficinas, seminários, exposições, intervenções e laboratórios.

Formade na África, Abbey é bacharel em Belas Artes pelo Departamento de Arte e Prática Curatorial da KNUST (Kwame Nkrumah University of Science and Technology), onde atualmente cursa o mestrado. É alune do Museum Fellowship Programme do Zeitz MOCAA e da UWC, com graduação em História (BA Honours), além de receber o Mentorship Award Building Beyond, iniciativa do Creative Industries Fund NL em parceria com o Prince Claus Fund.

Crédito foto: Ramiie G. (edição em P&B).

Ahmed Mourad Khanfir
Tunísia / Senegal

Residências artísticas como zonas culturais seguras nas regiões MENA e africanas

Ahmed Mourad Khanfir é um ator, gestor cultural e artivista tunisiano que atua na interseção entre a expressão artística e a transformação social. Dividindo-se entre Senegal, Tunísia e Europa, ele traz mais de oito anos de experiência na coordenação de programas de mobilidade cultural, produção de projetos artísticos e criação de infraestruturas de proteção para artistas que enfrentam repressão, deslocamento ou censura.

Ahmed é um membro importante da AMANI: Africa Creative Defence Network, onde lidera colaborações na região MENA como parte do programa Stand for Art da Culture Resource, além de atuar como coordenador regional freelancer para o Artists at Risk (AR). É também cofundador da ART VEDA, uma organização sem fins lucrativos tunisiana que apoia residências e práticas artísticas baseadas na resiliência, inclusão e solidariedade.

Com a crença profunda de que a arte é uma ferramenta para reinventar o mundo, Ahmed utiliza a performance, a contação de histórias e a gestão cultural como estratégias para acolher, proteger e amplificar vozes vulneráveis. Seu trabalho foca em residências artísticas como zonas seguras culturais — espaços onde a cura, o pensamento crítico e a criação coletiva florescem, especialmente em contextos pós-conflito e de transição.

Em São Paulo, ele apresenta: “Residências Artísticas como Zonas Seguras Culturais nas Regiões MENA e da África” — um estudo de caso baseado em experiências vividas, redes colaborativas e anos navegando o frágil equilíbrio entre liberdade artística e resistência política.

Crédito foto: Rosa Photographie.

Alecsandra Matias de Oliveira
Brasil

Artistas brasileiros em residências em Dacar (Senegal)

Doutora em Artes Visuais pela ECA-USP e possui pós-doutorado na mesma área pela UNESP. Mestre pela ECA-USP e bacharel e licenciada em História pela FFLCH-USP, atua como crítica de arte e curadora independente. Atualmente, é professora titular plena na Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP) e no CELACC (ECA-USP) e pesquisadora do Centro Mario Schenberg de Documentação e Pesquisa em Artes.

É membro da Associação Internacional de Crítica de Arte (AICA) e colabora com diversas publicações, como o Jornal da USP e a Revista DasArtes. Além disso, é editora de Arte/História na Revista Arte & Crítica e autora dos livros “Schenberg: Crítica e Criação” (EDUSP, 2011) e “Memória da Resistência” (MCSP, 2022).

Alicia Marvan
México

Táticas Regenerativas: Promovendo a Descolonização e a Sustentabilidade por meio da Cultura e da Educação

Alicia Marván (México/EUA) é artista, designer e empreendedora cultural dedicada a práticas inovadoras e interdisciplinares. Ao longo de sua carreira profissional de 25 anos, participou de mais de 200 exposições e projetos, muitos dos quais receberam apoio de organizações culturais e instituições acadêmicas no México, EUA, Canadá, Chile, Uruguai, Brasil, Portugal, Alemanha, República Tcheca, Suíça, Países Baixos e África do Sul. Entre suas conquistas recentes, destacam-se o Prêmio para a Criatividade Feminina na Vida Rural da Women’s World Summit Foundation, na Suíça (2020), e a Bolsa para Artista Individual do Conselho de Artes do Estado de Nova York (2018).

Ela já ministrou palestras e deu aulas no México e nos Estados Unidos, abordando temas como arte, história da arte, ciências sociais, arte e sustentabilidade, desenvolvimento cultural e colaboração interdisciplinar, em níveis que vão do ensino fundamental ao universitário. Como empreendedora cultural, liderou programas voltados à promoção da equidade, inclusão e desenvolvimento econômico em comunidades marginalizadas.

Em 2006, fundou o Guapamacátaro Center for Art and Ecology, no centro do México — uma iniciativa cultural voltada ao território e à comunidade, onde artistas, cientistas, educadores e ativistas se reúnem para fomentar o desenvolvimento sustentável. Por meio desse projeto, implementou estratégias visionárias que funcionam tanto como desenvolvimento profissional para artistas visitantes quanto como plataformas de avanço socioeconômico para os moradores locais.

Atualmente, cursa doutorado em Prática Artística com especialização em Pesquisa Ambiental Interdisciplinar na Universidade da Califórnia, em San Diego.

Ama BE
EUA / Gana

Enraizado na fissura: incorporando pedagogias de artistas pan-africanos

Ama BE é uma artista ganense que tece sua vida entre os Estados Unidos e a África Ocidental. Seu trabalho investiga as histórias entrelaçadas da administração da terra na África, do trabalho e das ecologias da migração, posicionando os elementos naturais como meio e também como colaboradores. Por meio do uso de materiais botânicos — carregados de associações paradoxais de mercantilização, violência, cura e espiritualidade — ela explora como o mundo natural pode reescrever narrativas dominantes sobre corpos negros e africanos.

A abordagem interdisciplinar de Ama abrange performance, imagem em movimento, têxteis escultóricos orgânicos e tecnologias emergentes. Sua prática está enraizada em uma investigação contínua das relações afetivas com a terra. Ama explora as métricas silenciosas do contato entre corpos negros/africanos e a paisagem para desafiar a perda e a expropriação. Esses temas estão no centro de seu premiado projeto colaborativo Black Body Radiation: Rescripting Data Bodies, que interroga o colonialismo de dados e a corporeidade.

Ex-aluna da Àsìkò Art School (Cabo Verde), da RAW Académie (Senegal) e coeditora de On Place-based Artist Pedagogies, Ama teve seus trabalhos apresentados na 15ª Bienal de Dakar, no Ars Electronica Festival (2024), na Corcoran Gallery of Art e no Smithsonian National Museum for African Art. Em 2023, foi contemplada com o Wherewithal Research Grant da Andy Warhol Foundation pelo seu projeto em andamento Ngo {palm oil}, um arquivo transdisciplinar e investigação viva. É mestre em Indústria Criativa e Cultural Global pela SOAS, Universidade de Londres.

Crédito foto: Ama BE (edição em P&B).

Conheça os palestrantes convidados

Brasil

Cristina Freire

A Arte de Cultivar Florestas

Brasil

Luciara Ribeiro

Peru

Marco Herrera Fernández

Às águas que sobem e descem: AMAZONICA, residência de arte contemporânea em Iquitos, Peru

Nigéria

Moni Aisida

Arte, Residências e o Mundo Natural: Práticas Contextuais da G.A.S. Farm House, Nigéria

EUA

Todd Lanier Lester

Pensando alto: 20 anos experimentando no mundo da residência

Cristina Freire
Brasil

A Arte de Cultivar Florestas

Professora Titular da Universidade de São Paulo. Graduada em Psicologia pelo Instituto de Psicologia da USP, Mestre, Doutora e Livre-Docente em Psicologia Social pelo Instituto de Psicologia da USP. Curadora do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (1990-2019). Docente e orientadora no Programa Interdisciplinar de Pós-Graduação em Estética e História de Arte da Universidade de São Paulo (PGEHA USP).

Pesquisadora do Conselho Nacional de Pesquisa CNPq desde 2017. Coordena junto com Francisco Rocha o projeto Cultivaresfloresta em São Luiz do Paraitinga, SP que envolve pesquisa no campo agroecológico e cultural, projetos de reflorestamento, residência artística e cultivos em sistema agroflorestal.

Luciara Ribeiro
Brasil

Educadora, pesquisadora e curadora. É mestre em História da Arte pela Universidade de Salamanca (USAL, Espanha, 2018) e pelo Programa de Pós-Graduação em História da Arte da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP, Brasil, 2019). É graduada em História da Arte pela UNIFESP (2014) e possui curso técnico em museologia pela Escola Técnica Estadual de São Paulo (ETEC/SP, 2015). É integrante da Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA). É colaboradora da Revista Contemporary And América Latina, da plataforma virtual Projeto Afro e da Humboldt Magazine. É docente no Departamento de Artes Visuais do Centro Universitário Armando Alvares Penteado.

Marco Herrera Fernández
Peru

Às águas que sobem e descem: AMAZONICA, residência de arte contemporânea em Iquitos, Peru

Artista visual, pesquisador e curador de residências.

Atua entre Lima e Iquitos. Mestre em Ciências Sociais pela Universidad Antonio Ruiz de Montoya e Licenciado em Artes pela Universidad Nacional de Bellas Artes do Peru. Foi reconhecido com o Primeiro Prêmio ICPNA Arte Contemporáneo (2024), beneficiário dos Estímulos Econômicos para a Cultura (2023) e vencedor do Primeiro Prêmio do XXIV Concurso Nacional de Artes Visuais Pasaporte para un Artista (2021).

Sua obra já foi apresentada no Muséum d’Histoire Naturelle de Neuchâtel (2024–2025), no Museo de Grabado ICPNA (2025), na Galería Younique (2025), no Museo de Antioquia (2025), na Balsa Bufeo, arte+amazonia (2025), no Museo Barda del Desierto (2022 – atual), entre outros.

Desde 2016, dirige a Correlación Contemporánea, um espaço artístico autogerido que busca analisar e contribuir para o atual sistema de produção, difusão e investigação da arte contemporânea no Peru. Nos últimos anos, seu interesse pela diversidade linguística do país e pelo exercício cidadão em fortalecer os direitos linguísticos tem impulsionado uma colaboração contínua entre tradutores, intérpretes, linguistas e outros pesquisadores, com o objetivo de pensar formas de difundir, arquivar e contribuir para o processo de revitalização das línguas indígenas e nativas do Peru.

Moni Aisida
Nigéria

Arte, Residências e o Mundo Natural: Práticas Contextuais da G.A.S. Farm House, Nigéria

Moni Aisida é uma líder no campo das artes com uma formação multidisciplinar que abrange fintech, saúde e artes visuais. Como Diretora Executiva da Guest Artists Space (G.A.S.) Foundation, traz mais de oito anos de experiência intersetorial para sua prática de liderança artística, tendo anteriormente contribuído para o crescimento de organizações culturais de destaque como SMO Contemporary Art, ART X Lagos e Affinity Gallery. Seu trabalho nessas instituições esteve sempre voltado para marketing estratégico, engajamento de stakeholders e desenvolvimento operacional.

Na G.A.S. Foundation, Moni define a visão estratégica e supervisiona as atividades da fundação em dois espaços na Nigéria: uma residência artística urbana em Lagos e um sítio ecológico de 54 acres em Ikise, no Estado de Ogun. Desde que assumiu a liderança em 2024, ampliou significativamente o alcance e o impacto dos programas da fundação, aprofundando o engajamento local e, ao mesmo tempo, elevando sua presença global. Sob sua direção, a G.A.S. apresentou seu trabalho em fóruns internacionais em Berlim, África do Sul e Madagascar, e Moni foi selecionada para participar da Conferência Res Artis 2025, no Brasil, apresentando o estudo de caso “Arte, Residências e o Mundo Natural: Práticas Contextuais da G.A.S. Farm House, Nigéria”.

Moni liderou o desenho e a implementação de programas estratégicos como o Ìmọ̀rà Arts Intensive e o The Story of Food Project, voltados para o desenvolvimento educacional e profissional de artistas e trabalhadores culturais. Também priorizou o aumento da representatividade de artistas nigerianos nas residências da fundação, fortalecendo a apropriação comunitária e os laços regionais.

Um dos focos centrais de sua gestão tem sido a transformação da Biblioteca G.A.S. e do Arquivo Picton em um recurso dinâmico e acessível. Ao reposicionar o arquivo como uma “coleção viva”, impulsionou iniciativas que conectam pesquisa arquivística à prática contemporânea — em especial por meio da série de pesquisas Annotations, da AAL Lab Network e do futuro simpósio Re:assemblages.

Comprometida em construir plataformas para o crescimento artístico e o intercâmbio intelectual com foco no continente africano, Moni continua a criar espaços que fomentam a experimentação criativa e o diálogo cultural dentro e fora da Nigéria.

Todd Lanier Lester
EUA

Pensando alto: 20 anos experimentando no mundo da residência

Todd Lanier Lester é artista e trabalha na fazenda da família em Tennessee. Ao longo de duas décadas, ele lançou uma série de três trabalhos participativos focados em direitos, situados entre a mídia visual e a metodologia de performance: Prazos de muitos anos designados para investigar temas sociais, enquanto nomes lúdicos de projetos oferecem um guarda-chuva sob o qual artistas e não artistas possam criar respostas rizomáticas sem restrições de datas finais conceituais. Por 10 anos freeDimensional (2003-12) promoveu uma mudança radical no setor de residência artística oferecendo vagas para artistas em busca de abrigo ou enfrentando expulsão, convocando redes e coalizões de práticas especializadas e divulgando aprendizagens de fóruns de política cultural e de imigração. Ao longo de cinco anos, Lanchonete.org (2013-18) ocupou um pequeno bar em uma rua desvalorizada, embora em processo de rápida gentrificação, no centro de São Paulo, como núcleo para residências de artistas e urbanistas, refeições comunitárias, cursos abertos, shows, murais, campanhas de saúde pública e uma estação de rádio. Durante dois anos, Luv ‘til it Hurts (2018-20) envolve artistas vivendo com HIV e aliados de Egito, Alemanha, França, Brasil, EUA, Maurício, Colômbia, Polônia, Taiwan e outros lugares para entender seus estigmas e desafios locais relacionados ao HIV, produzindo uma exposição coletiva em evolução e uma plataforma ativista que pode ser convidada por outras comunidades.

Mais recentemente, Todd começou a escrever sobre metodologia artística, tanto reconsiderando sua própria trajetória orgânica quanto pesquisando aquelas de outras pessoas que lhe proporcionam inspiração e afirmação. Além de escrever, um novo projeto está em andamento. FARM/SCHOOL brinca com o tempo de forma diferente, sugerindo sua chegada — em vez de conclusão — em um período de 10 anos.

Todd se tornou um artista de adesivos — também conhecido como el mejor karate — morando em São Paulo. Este processo ad hoc continua a esclarecer o pseudônimo ou a tendência de despistar ao dar nome a suas obras de arte anteriores.

Conferência Res Artis – São Paulo

Outras Primaveras: Florações do Sul Global

Formato trilíngue: as atividades acontecem em português, inglês e espanhol

Modalidades: painéis, performances, workshops, estudos de caso, visitas à Bienal, entre outros formatos diversificados

Participação presencial, com transmissões de alguns conteúdos on-line

As discussões foram organizadas a partir dos seguintes quatro eixos temáticos:

Perspectivas únicas do Sul Global

Quais são as práticas ricas e diversas de residências artísticas que vêm emergindo em regiões frequentemente invisibilizadas no discurso global? Esta linha temática convida participantes a apresentar residências artísticas pouco conhecidas na América Latina, na África e em outros países do Sul Global que reflitam os contextos culturais, sociais e políticos específicos dessas localidades. Também serão abordadas as formas como diversos programas se relacionam com essas regiões, explorando as conexões entre os cenários econômicos, sociais e políticos locais e sua influência sobre a produção artística e a vivência em residências. A conferência ainda receberá propostas de projetos realizados na América Latina e na África, iniciados por agentes de qualquer região do mundo, incentivando o diálogo sobre colaborações inter-regionais, práticas éticas e dinâmicas de intercâmbio cultural. Ao destacar essas experiências, o evento busca ampliar a compreensão sobre as contribuições e os desafios enfrentados por agentes do campo artístico no Sul Global.

Amefricanidade

Inspirada no conceito de “Amefricanidade” formulado por Lélia Gonzalez, esta linha temática propõe reflexões sobre a influência profunda das culturas indígenas e africanas na formação do Brasil e de outras regiões impactadas pela colonização ibérica. Ao questionar narrativas dominantes que apagam essas histórias, a amefricanidade evidencia as contribuições culturais, linguísticas e sociais das identidades afroindígenas. As residências artísticas, como espaços de troca e criação, podem desempenhar um papel fundamental na amplificação dessas vozes — promovendo práticas artísticas que celebram a resistência cultural, os saberes ancestrais e os vínculos da diáspora. Esta temática convida à reflexão sobre como as residências podem dialogar com a amefricanidade para promover inclusão, desafiar legados coloniais e apoiar expressões artísticas enraizadas em perspectivas historicamente marginalizadas.

O papel da educação nas e em torno das residências artísticas

As residências artísticas são cada vez mais reconhecidas como espaços valiosos de educação e formação continuada, promovendo o intercâmbio de saberes e mentorias. Seja por meio de parcerias com instituições educacionais ou através de iniciativas independentes, as residências oferecem a artistas oportunidades de ensinar, aprender e se engajar com diferentes comunidades. Frequentemente funcionam como plataformas de aprendizagem alternativa, com profundidade comparável a programas de pós-graduação. Também podem introduzir modelos pedagógicos inovadores, questionar estruturas educacionais tradicionais e suprir lacunas deixadas pelo corte de recursos públicos voltados às artes. Convidamos reflexões sobre como as residências moldam experiências formativas para artistas e para os grupos com os quais se conectam.

Arte, residências e o mundo natural

As residências artísticas têm o potencial de fomentar práticas sustentáveis ao criarem ambientes que incentivem um engajamento consciente com comunidades locais, recursos e ecossistemas. Podem funcionar como modelos únicos de vida sustentável, incorporando práticas ecológicas em suas rotinas e promovendo abordagens regenerativas de gestão de recursos, colaboração e produção artística. Ao estimular criações que reflitam preocupações ambientais e ao se apoiarem em saberes ecológicos tradicionais, as residências podem inspirar respostas relevantes para os desafios contemporâneos. Por meio dessas trocas, tornam-se plataformas fundamentais para investigar como a arte pode contribuir para práticas ambientais mais responsáveis e duradouras.

Boas-vindas à FAAP: onde cultura e educação se encontram em São Paulo

FAAP

Aluna branca de cabelos castanhos presos em um coque utilizando uniforme está cortando uma pequena tábua de madeira em serra elétrica.

Residência Artística FAAP – São Paulo

Conheça a única residência artística universitária da América Latina

Desde 2005, a Residência Artística FAAP – São Paulo recebe no histórico edifício Lutetia, no centro da capital paulistana, artistas nacionais e internacionais por semestre. Durante os períodos de residência, o programa promove eventos Open Studio em que os artistas podem mostrar seus processos de criação e trabalhos ao público. Além disso, os residentes são convidados a participar de atividades com os professores e alunos da instituição, inclusive de disciplinas dos cursos de Artes Visuais.

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