O curta-metragem “As janelas que encontramos no caminho”, produzido pelos alunos do curso de Cinema Thaís Orchi Abdala, Elissa Sanitá, Gabriel Bassani, Amanda Pinho, Paulo Leider, Isabela Guimarães e Felipe Balerini, recebeu o Prêmio ABC 2020 como melhor fotografia em filme universitário.
Realizado pela Associação Brasileira de Cinematografia, o Prêmio ABC é considerado o mais importante do Brasil na categoria.
O filme retrata a história de três gerações de mulheres que, diante da iminente morte do patriarca da família, buscam lidar, cada uma a sua maneira, com as consequências dessa ausência que vai se concretizando.
A realização do curta-metragem “As janelas que encontramos no caminho” partiu de um acontecimento muito significativo na vida da diretora do filme, a aluna Thaís Orchi Abdala: a perda de seu avô. Após a primeira perda de sua vida, a questão da morte passou a ecoar com frequência em sua mente.
“O processo da produção desse filme foi extremamente especial, pois além do empenho constante da equipe – com o trabalho exemplar da arte, som e produção – houve uma troca riquíssima e emocionante com o elenco, pois passamos juntos pela perda do avô de um dos integrantes do grupo. O desejo de dar vida a essa história se materializava a cada encontro, sobretudo, em conjunto – o que acredito ser um dos pilares do fazer cinema”, comenta Thaís.
O aluno Gabriel Bassani, entrou no projeto antes mesmo de ser o diretor de fotografia do curta. Em uma conversa num café, Thaís contou para ele a sua ideia de fazer o filme e, a partir desse momento, iniciaram a parceria. Começaram a pensar juntos como seria a construção da linguagem da história e como se comunicariam com o espectador.
“A morte é uma experiência universal e em todas as culturas encontramos signos e símbolos que expressam a sua presença”, reflete a diretora. Para ela, o maior desafio da equipe foi encontrar na técnica cinematográfica formas de expressar a perda, a memória afetiva, a nostalgia e algumas das sensações presentes na vivência familiar.
Para isso, o diretor de fotografia trouxe um aspecto de imagem para cada momento do filme, criando diferenças no comportamento de câmera e movimentos representativos de cada personagem, usando perfis de lentes específicos, iluminações diferentes, mas sempre mantendo uma unidade no contraste entre luz e sombra. Em todos os momentos, o foco percorre o espaço até encontrar os vazios da composição dos cenários e essa alusão a uma falta só foi possível por haver um diálogo constante com a arte e a sua capacidade de trazer objetos e compor cenários que são a própria expansão do universo pessoal de cada personagem.
Em vez de escolher uma perspectiva única, o roteiro traz três mulheres de gerações distintas, cada uma vivenciando a perda de maneira diferente. Esse foi o eixo da direção: representar o olhar de cada uma dessas personagens de maneira singular, sempre permitindo que o espectador tenha acesso a eles.
Foi a partir do encontro dessas múltiplas vivências, do saber olhar e observar, da sensibilidade, dedicação e trabalho de toda equipe que resultou em uma linguagem particular, que agora é reconhecida através da premiação de melhor fotografia de filme universitário.
Veja o anúncio oficial Prêmio: https://www.youtube.com/watch?v=ygndj-uusQA&t=5s