História
Armando Alvares Penteado (1884-1947) foi descendente de uma das mais tradicionais famílias paulistas do século XIX. Estudou em Londres e Paris. No Brasil frequentou a faculdade de arquitetura na Escola Politécnica. Essa trajetória lhe fez cultivar sua apreciação, gosto e dedicação às artes e ciências. Desde modo, sua identificação com estas áreas do conhecimento, seus anos de estudo na Europa e, posteriormente, suas constantes temporadas de convivência e participação no meio do fervor artístico e cultural da mais progressista cidade da época, Paris, contornaram e direcionaram o espírito e a atuação vanguardistas do fundador da FAAP.
Armando Alvares Penteado casou com a senhora Annie Alwis, de nacionalidade francesa, e juntos continuaram compartilhando do mesmo amor à arte e do sonho de construir uma escola de belas artes em São Paulo onde seriam administrados cursos de pintura, escultura, decoração e arquitetura.
Anos antes de falecer, ao redigir seu testamento em 23 de abril de 1938, Armando Alvares Penteado deixava expresso seu desejo de criar um museu. Sem descendentes diretos a quem legar seu patrimônio, instruía nesse documento sua esposa, Annie Penteado, a vender parte de suas propriedades para construir o edifício que seria a sede de uma escola de artes e abrigaria também uma “pinacotheca para exposição de quadros originais” . A partir dessa vontade institui-se, em 1947, a Fundação Armando Alvares Penteado.
Anos depois, em 1961, sobre a incumbência de Dona Annie foi inaugurado o Museu de Arte Brasileira cuja direção e coordenação das atividades ficaram a cargo do casal Lúcia e Roberto Pinto de Souza. O MAB foi concebido como um museu de arte visuais, particularizado em arte brasileira produzida por artistas brasileiros ou estrangeiros radicados no Brasil. Atualmente o acervo conta também com uma coleção de arte estrangeira, atrelada ao programa de atividades da FAAP.
O MAB abriu ao público no dia 10 de agosto de 1961, com a mostra Barroco no Brasil que reuniu cerca de 300 peças entre manifestações de pintura, escultura, ourivesaria, mobiliário, numismática e documentos. A exposição e seus eventos paralelos foram reconhecidos como um acontecimento nacional, comemorativo da cultura brasileira. Ainda hoje continuam presentes no prédio principal as esculturas moldadas em gesso de Aleijadinho e elementos da arquitetura mineira e baiana, feitos especialmente para a ocasião pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
O núcleo inicial do acervo do MAB remonta à doação feita por Annie Penteado de um conjunto de obras pertencentes à coleção particular do casal Alvares Penteado. Atualmente conta com cerca de 3500 obras inerentes à historia das artes brasileiras dos séculos XIX, XX e XXI. Cabe destacar a coleção de gravura, pintura e desenho de feição acadêmica, o significativo núcleo de obras do modernismo brasileiro e seus continuadores, as várias tendências da arte abstrata a partir dos anos 50, os registros da vida interiorana feitos por artistas primitivos, as diversas vertentes da nova figuração das década finais do século XX e toda uma diversidade de géneros, formas e conteúdos próprios da arte contemporânea.
Quanto às suas exposições, o MAB detém um memorável e sistemático percurso de mostras de artes visuais e de temas culturais nacionais e internacionais. Sirvam de exemplo o histórico de retrospectivas de notáveis artistas brasileiros como Emiliano Di Cavalcanti, Ismael Nery e Flávio de Carvalho, e as mostras internacionais com obras procedentes de famosos museus como o Louvre de Paris, França ou o Pergamon de Berlim, Alemanha.
Curiosidades no Acervo do MAB
Na Coleção Modernista do MAB que agrupa a produção de artistas da vanguarda do movimento modernista brasileiro e seus continuadores destaca-se o desenho em pastel e carvão sobre papel, O homem das sete cores, 1915/16, de autoria de Anita Malfatti, que participou na exposição da histórica Semana de Arte Moderna de 22, ocorrida no Teatro Municipal de São Paulo, entre os dias 11 e 18 de fevereiro de 1922.
O acervo do MAB preserva, entre pinturas, desenhos e fotografias, 27 originais do artista Flávio de Carvalho e mais de 60 reproduções de fotos que registram momentos de sua vida e obra, projetos arquitetônicos, maquetes, máscaras cenográficas e vestuário.
De Arcangelo Ianelli, 43 criações do artista que integram o acervo revelam seu percurso inicialmente figurativo, sua desconstrução da forma, até finalmente, alcançar seu abstracionismo geométrico de forma e cor.
As 370 imagens que integram a coleção de fotografia estão assinadas por importantes fotógrafos que fizeram e fazem parte da história da fotografia brasileira. Entre eles: Bob Wolfenson, J.R.Duran, Juan Esteves, Mario Cravo Neto, Otto Stupakoff, Pierre Verger, Regina Stella, Thomaz Farkas, Tripolli e Valdir Cruz.
Desde 2016, nossa mais recente coleção Moda-MAB vem incorporando ao acervo vestidos, acessórios e registros de estilistas contemporâneos brasileiros. Já são mais de 120 peças de estilistas tais como André Lima, Fause Haten, Gloria Coelho, Jum Nakao, Lino Villaventura e Reinaldo Lourenço, entre outros.
A coleção Jacques Douchez está composta por 41 peças entre as que sobressaem 20 tapeçarias de lá e sisal, realizadas em tear manual, em grandes formatos e com desenhos geométricos e multicoloridos; além das tapeçarias, integram a coleção pinturas, desenhos e estudos para tapeçarias.
Uma das mais destacadas artistas de tendência expressionista na arte brasileira, Marina Caram, está presente no acervo do MAB com 27 obras entre desenhos a nanquim e/ou guache sobre papel, litogravuras e xilogravuras.
Um significativo número de obras realizadas por artistas orientais pode ser encontrado no acervo do MAB. Entre eles: Flavio Shiró, Herman Takasey, João Suzuki, Jorge Mori, Roberto Kenji Fukuda, Tadashi Kaminagai, Takashi Fukushima, Tomie Ohtake e Yutaka Toyota.
Aquisições de obras de jovens artistas tem incrementado a nossa Coleção Arte Contemporânea. Em especial, obras de bolsistas faapianos na Cité des Arts em Paris e de residentes nacionais e estrangeiros da Residencia Artística FAAP, no Edifício Lutetia em São Paulo.
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