Período: De 1º de abril a 17 de junho de 2012
Horário: De terça a sexta, das 10h às 20h.
Sábado, domingo e feriados, das 13h às 17h.
(Fechado às segundas-feiras, inclusive quando feriado)
(De 5 a 8 de abril, o horário de funcionamento da exposição será das 13h às 17h)
Local: Museu de Arte Brasileira - MAB-FAAP
Endereço: Rua Alagoas, 903 – Higienópolis
Telefone: (11) 3662-7198
Agendamento de visitas educativas:
(11) 3662.7200
Entrada gratuita.
Para a mostra, os organizadores prepararam a reconstituição cenográfica de uma rotunda, grande atração nas principais cidades europeias no final do século XVIII e início do século XIX. As rotundas eram edifícios de forma cilíndrica construídos especialmente para abrigar grandes panoramas. Na exposição, será exibida uma vista do Rio de Janeiro, mostrada em Paris no ano de 1824. A imagem, que terá 11 metros de perímetro em uma estrutura circular, foi a primeira representação do Brasil na Europa.
Há também uma sala equipada com cinco projetores e uma tela de 3 metros de altura por 20 metros de comprimento, em formato semicircular, com projeções sequenciais de panoramas de cidades brasileiras entre fotografias e gravuras. A ideia é propiciar aos visitantes a sensação então experimentada pelos frequentadores desse entretenimento urbano que é o precursor do cinema.
Outra sala voltada para a história dos ofícios relacionados à captação e reprodutibilidade da imagem exibe e descreve os materiais e técnicas utilizados no registro iconográfico e fotográfico do século XIX: pedras litográficas, câmaras escuras (réplicas de princípio de equipamentos dos séculos XVI e XVII que instrumentalizaram os artistas no período anterior à invenção da fotografia), máquinas fotográficas, lentes e equipamentos que pertenceram ao fotógrafo Marc Ferrez, entre outros itens.
As técnicas de impressão, conjuntamente com a fotografia, propiciariam o desenvolvimento dos processos de reprodução da imagem por meios fotomecânicos, o que facilitaria ainda mais a sua multiplicação. Aliado a essa expansão da comunicação por meio da circulação de imagens em múltiplos suportes, o formato panorâmico se estabeleceu ao longo do século XIX como uma das principais formas de representação iconográfica.
A presente exposição, a partir da seleção de obras do acervo do IMS, é possível graças à recente incorporação da Coleção Martha e Érico Stickel de Iconografia. Essa contribuição ao acervo é significativa, uma vez que, somada à coleção de fotografia oitocentista existente no Instituto, em que se destaca a Coleção Gilberto Ferrez, propicia, nesta mostra, indicar muitos dos procedimentos e atitudes que moldaram a representação da paisagem brasileira, contribuindo para a formação da imagem do país no decorrer do século XIX e sua subsequente divulgação no exterior.
Panorama de Salvador
c. 1860
Benjamin R. Mulock/Acervo Instituto Moreira Salles
À esquerda da imagem, a ladeira do Meio (hoje rua José Bonifácio), e,
à direita, a de São Francisco, São Paulo, São Paulo, c. 1862
Militão Augusto Azevedo/ Acervo Instituto Moreira Salles
Largo do Bixiga, atual praça da Bandeira, São Paulo, c. 1862
Militão Augusto Azevedo/ Acervo Instituto Moreira Salles
Entrada da baía, Rio de Janeiro
c. 1880
Marc Ferrez/Coleção Gilberto Ferrez/Acervo Instituto Moreira Salles
Jardim da Glória, com a avenida Beira Mar à esquerda, e entrada da barra, Rio de Janeiro
c. 1906
Marc Ferrez/Coleção Gilberto Ferrez/Acervo Instituto Moreira Salles
Vista da estação da Luz, São Paulo, c. 1895
Marc Ferrez/ Acervo Instituto Moreira Salles
Entrada da baía de Guanabara, Niterói, RJ
c. 1885
Marc Ferrez/Coleção Gilberto Ferrez/Acervo Instituto Moreira Salles
Praia de Botafogo, Rio de Janeiro
c. 1893
Marc Ferrez/Coleção Gilberto Ferrez/Acervo Instituto Moreira Salles
Vista de Botafogo, Rio de Janeiro
c. 1875
Marc Ferrez/Coleção Gilberto Ferrez/Acervo Instituto Moreira Salles
Panorama da cidade de São Paulo: ruas Maria Antônia e Major Sertório, com avenida Higienópolis,
c. 1911
Guilherme Gaensly/ Acervo Instituto Moreira Salles
Panorama da Gamboa, Rio de Janeiro
c. 1865
Georges Leuzinger/Acervo Instituto Moreira Salles
Rua do Ouvidor e ladeira do Meio, em direção ao vale do Anhangabaú (descida do Cubatão), São Paulo,
c. 1862
Militão Augusto Azevedo/ Acervo Instituto Moreira Salles
Vista da cidade a partir do caminho da Tabatinguera, São Paulo
c. 1862
Militão Augusto de Azevedo/Acervo Instituto Moreira Salles
Vista da cidade a partir do caminho da Tabatinguera, São Paulo,
c. 1862
Militão Augusto Azevedo/ Acervo Instituto Moreira Salles
Ladeira de Santo Antônio, hoje rua Dr. Falcão Filho,
vendo‐se a igreja de Santo Antônio, localizada na atual praça do Patriarca, São Paulo, c. 1862
Militão Augusto Azevedo/ Acervo Instituto Moreira Salles
Largo do Capim, em frente à igreja de São Francisco, São Paulo,
c. 1862
Militão Augusto Azevedo/ Acervo Instituto Moreira Salles
Hotel Palm, São Paulo,
c. 1862
Militão Augusto Azevedo/ Acervo Instituto Moreira Salles
Rua do Ouvidor, atual José Bonifácio; ao fundo, a torre da antiga Sé, São Paulo,
c. 1862
Militão Augusto Azevedo/ Acervo Instituto Moreira Salles
Vista a partir da estrada para o Rio
c. 1825‐1826
William John Burchell/Acervo Instituto Moreira Salles
São Paulo a partir da estrada para o Rio
c. 1825‐1826
William John Burchell/Acervo Instituto Moreira Salles
São Paulo a partir da estrada para Santos
c. 1825‐1826
William John Burchell/Acervo Instituto Moreira Salles
A Glória, Rio de Janeiro
c. 1861
Victor Frond/Acervo Instituto Moreira Salles
Praia de Botafogo e Corcovado, Rio de Janeiro
Sem data
George Huebner e Libanio Amaral/Acervo Instituto Moreira Salles
Botafogo e Ministério da Agricultura, atual Museu de Ciências da Terra, Rio de Janeiro
Sem data
George Huebner e Libanio Amaral/Acervo Instituto Moreira Salles
Panorama do Rio de Janeiro (tomado do Morro do Castelo)
1821‐1836
Félix Émile Taunay/Acervo Instituto Moreira Salles
Rio de Janeiro da ilha das Cobras
c. 1852
Desconhecido (a partir de daguerreótipo) e Alfred Martinet/Acervo Instituto Moreira Salles
Vista do Rio de Janeiro
c. 1883
Enrique Casanova (a partir de Georges Leuzinger)/Acervo Instituto Moreira Salles
Nossa Senhora da Glória, Rio de Janeiro
c. 1852
J. Schütz/Acervo Instituto Moreira Salles
A Glória, Rio de Janeiro
c. 1861
Victor Frond/Acervo Instituto Moreira Salles
2º Projeto do aterro da rua Direita ao morro do Chá, 1879
Jules MARTIN (1832‐c. 1907)
Litografia a sépia sobre papel
Rio de Janeiro
c. 1892
Karl Oenike/Acervo Instituto Moreira Salles
A FAAP e o Instituto Moreira Salles (IMS) apresentam, a partir do dia 1º de abril, a exposição Panoramas: a paisagem brasileira no acervo do Instituto Moreira Salles, que reúne 280 obras, entre fotografias, desenhos e gravuras produzidas entre os anos de 1820 e 1920.
Para os curadores Carlos Martins (consultor de iconografia brasileira do IMS), Sergio Burgi (coordenador de fotografia do IMS) e Julia Kovensky (coordenadora de iconografia do IMS), o objetivo da mostra, ao reunir os acervos fotográfico e iconográfico do Instituto Moreira Salles, é apontar os procedimentos que moldaram a representação da paisagem brasileira no decorrer do século XIX.
O visitante terá oportunidade de apreciar gravuras, desenhos e litografias de artistas viajantes, como os alemães Johann Moritz Rugendas e Carl Friedrich von Martius e o inglês Charles Landseer, entre outros que passaram pelo Brasil. “Empenhados em registrar tudo o que viam, esses artistas deixaram um grande legado em papel: esboços naturalistas, estudos preparatórios, aquarelas e gravuras, que, reproduzidas em larga escala, ilustravam álbuns de suvenir e livros de viagem”, explica Carlos Martins.
Estão expostas também obras de renomados fotógrafos estabelecidos no Brasil, como Augusto Stahl, Victor Frond, Militão Augusto Azevedo, Georges Leuzinger, Marc Ferrez, entre outros.“Esses fotógrafos se especializaram no registro da paisagem urbana e natural e deixaram um legado primordial para a história e memória do país”, acrescenta Sergio Burgi.
As imagens apresentadas na mostra retratam o Rio de Janeiro, então capital do Brasil, e antigas regiões coloniais e cafeeiras do século XIX, como São Paulo, Salvador, Recife, Olinda, Santos, Mariana e Ouro Preto. Além disso, a exposição apresenta panoramas com registros da vegetação, de rochas, rios e cadeias de montanhas, temas apreciados por viajantes e naturalistas, além de registros fotográficos produzidos, por exemplo, por Marc Ferrez para a Comissão Geológica e Geográfica do Império e por Georges Leuzinger para o naturalista Louis Agassiz.
Maria Izabel Branco Ribeiro, diretora do MAB-FAAP, explica que na versão paulistana da mostra, que já passou pelo Instituto Moreira Salles do Rio de Janeiro em 2011, os curadores incluíram vistas de São Paulo em outras épocas. “Desta forma, o público poderá estabelecer comparações com seus pontos de referência e tornar a visita uma experiência significativa”, acrescenta.
Pesquisador e Crítico de fotografia, o Prof. Rubens Fernandes Junior, diretor da Faculdade de Comunicação e Marketing da FAAP, enfatiza que a exposição destaca o artifício imagético que surpreendeu as visualidades da segunda metade do século XIX e meados do século XX.
“Graças às novidades tecnológicas criadas a partir do desenvolvimento científico, o homem pôde ter a primeira experiência imersiva vivenciada em profundidade. A visão panorâmica permite ver um contexto que não percebemos cotidianamente diante de uma ampla vista. Com a fotografia panorâmica e com os espaços específicos criados para sua apreciação, a imagem técnica ganhou uma compreensão mais acurada da realidade”, declara o Prof. Rubens.