A exposição Obras-primas integra o núcleo central da mostra Eterna Trilogia, que acontece no Museu de Arte Brasileira da FAAP.
Em “Eterna Trilogia”, no núcleo Retratos, o público verá obras que não se limitam a resumir as características físicas do retratado, mas também seu estado de ânimo, personalidade, caráter, valores éticos e história. Obras de Anita Malfatti, Tarsila do Amaral, Candido Portinari, Flávio de Carvalho, Victor Brecheret, entre outros artistas compõem o espaço.
Durante a visita, o público poderá rever as primeiras obras de arte brasileira que integraram o acervo do museu há 55 anos, além de apreciar obras pertencentes à coleção particular dos fundadores da FAAP, Armando Alvares Penteado e sua esposa Annie Penteado, que foram doadas ao museu.
A mostra reúne 18 obras. Entre elas estão a pintura Figura Masculina, de Umberto Veruda, datada de 1903, e Alegoria à Música, de 1910, de Benedito Calixto. A exposição apresenta, ainda, obras dos modernistas Anita Malfatti (Retrato de Homem, 1912/13) e Alfredo Volpi (Abstrato, 1957).
A identificação do Conde Armando Alvares Penteado (1884-1947) com as artes, seus estudos na Europa e a participação no meio artístico e cultural de Paris direcionaram o espírito e a atuação vanguardistas do fundador da FAAP. Em seu testamento, deixou expresso o desejo de criar um museu. Sem descendentes diretos a quem legar seu patrimônio, instruiu no documento a esposa Annie a vender parte de suas propriedades para construir um edifício que seria a sede de uma escola de artes e abrigaria também uma pinacoteca para exposição de quadros originais. A partir dessa ideia, foi inaugurada em 1947 a Fundação Armando Alvares Penteado e anos depois, em 1961, o Museu de Arte Brasileira, cuja direção e coordenação das atividades ficaram a cargo do casal Lúcia e Roberto Pinto de Souza. O núcleo inicial do acervo do MAB remonta à doação feita por Annie Penteado de um conjunto de obras pertencentes ao casal. Em quase sua totalidade, a coleção era formada por obras de artistas estrangeiros, em geral franceses e italianos, como era de costume nas coleções particulares brasileiras nos fins do século XIX e nas primeiras décadas do século XX.