O circuito itinerante da 32ª Bienal de São Paulo chega a Ribeirão Preto em 16 de março e fica em cartaz até 14 de maio deste ano. O saguão da Fundação Armando Alvares Penteado abriga a exposição individual da artista inglesa Heather Phillipson, composta por vídeos, áudios e esculturas em escala humana, que constituem obra TRUE TO SIZE (“Fiel ao tamanho”). A instalação apresenta cenas em torno da devastação, clima extremo, sexo virtual, relações entre homens e animais, conflitos de guerra, extinção iminente, sobrevida, dilúvio e consumo. O mesmo recorte seguirá para a unidade da FAAP em São José dos Campos, a partir de 20 de maio.
Intitulada INCERTEZA VIVA [“Live Uncertainty”], a 32a Bienal de São Paulo ocorreu entre setembro e dezembro de 2016 e teve como eixo central a noção de incerteza a fim de refletir sobre atuais condições da vida em tempos de mudança contínua e sobre as estratégias oferecidas pela arte contemporânea para acolher ou habitar incertezas. Sua proposta foi traçar pensamentos cosmológicos, inteligência ambiental e coletiva, assim como ecologias naturais e sistêmicas. Foi concebida em torno das obras de 81 artistas e coletivos sob curadoria de Jochen Volz e dos cocuradores Gabi Ngcobo (África do Sul), Júlia Rebouças (Brasil), Lars Bang Larsen (Dinamarca) e Sofía Olascoaga (México).
As etapas da itinerância em Ribeirão Preto e São José dos Campos renovam a parceria institucional entre a Fundação Bienal de São Paulo e a Fundação Armando Alvares Penteado, que desde 2013 promove mostras nos espaços da FAAP e um extenso programa de residências artísticas com artistas participantes das bienais.
A 32ª edição da Bienal, que recebeu 900 mil visitantes em 2016, terá recortes exibidos em cidades no Brasil e no exterior em 2017. Seleções de obras viajarão as cidades de Campinas (SP), Belo Horizonte (MG), São José dos Campos (SP), Brasília (DF), Cuiabá (MT), São José do Rio Preto (SP), Ribeirão Preto (SP), Garanhuns (PE), Palmas (TO), Santos (SP), Itajaí (SC) e Fortaleza (CE). As itinerâncias internacionais já estão confirmadas na Colômbia, no Chile e em Portugal.
HEATHER PHILLIPSON (1978, LONDRES, REINO UNIDO)
A linguagem articulada por objetos físicos e digitais que habitam o imaginário da sociedade de consumo contemporânea é a principal matéria-prima das instalações e vídeos de Heather Phillipson. Imagens de publicidade on-line, brinquedos de pelúcia e “emojis” de aplicativos de conversa virtual aparecem nos espaços criados pela artista por meio de colagens, colisões, sobreposições e associações inesperadas. Suas instalações revelam uma investigação sobre como emoções, afetos e desejos são construídos e manipulados no interior desse conjunto heterogêneo de referências culturais. Phillipson atua também como escritora e poetisa, sendo frequente em seus vídeos a presença do texto lido, sobreposto a trilhas sonoras construídas segundo a mesma lógica fragmentária. TRUE TO SIZE (“Fiel ao Tamanho”) (2015-2016) consiste em vídeos, áudios e esculturas em escala humana. É uma suíte de cenas que tem como tema a devastação – clima extremo, higiene extrema, sexo virtual, comunicação excessiva, guerras, extinção iminente, sobrevida, enchentes e, em um sentido mais amplo, consumo e desejo. A escala dos objetos e imagens representados fazem com que eles momentaneamente percam a banalidade com que são consumidos no cotidiano.